Resenha
crítica do livro Cuidado, Escola!
O
livro Cuidado, Escola do grande filósofo e pedagogo Paulo Reglus Neves Freire,
vem tratar criticamente de uma instituição controlada por um sistema
capitalista imposto pela elite, em composição hierárquica, e que se tornou um
aparelho hegemônico: a Escola. Parece ser contraditório, como um ambiente
educacional pode possuir tais características? O espaço que deveria estreitar
as diferenças tem sido um imenso berço para desigualdades gritantes. Alunos,
professores, diretores, pais, Estado, onde está a raiz do problema?
A
Escola com o passar dos anos sofreu muitas mudanças conforme a evolução do
século. Porém, quando nos deparamos com uma obra de 1980, é possível observar
que os obstáculos na sua maioria continuam os mesmos. São professores
insatisfeitos com a carreira, que ainda se utilizam de metodologia atrasada de
ensino, e onde pensam serem detentores da razão e do saber. São alunos cada vez
menos participativos, individualistas, desinteressados com o que lhes é
oferecido. São diretores desligados da escola, trancados em suas salas
totalmente desapercebidos, só esperando boletins para assinarem. São pais sem
noção de suas responsabilidades como educadores, com cobranças severas por boas
notas, sem tempo, paciência e vontade para seus filhos.
É
um Estado que sabe apenas criar leis, regulamentos, documentos para a educação,
que apoia um sistema onde a Escola é um mundo à parte, que enxerga o estudante como
uma mera mão de obra futura. Sim, estes eram os principais problemas daquela
década, e lamentavelmente continuam sendo os mesmos de hoje. Diz-se que as
crianças são o futuro do amanhã, mas será que vamos confiar esse futuro à
simples “arquivadores de depósitos” sem visão crítica da realidade? Porque,
aquilo que a escola tem ensinado pouco ou nada tem a ver com a vida, com as
experiências, com as necessidades e com os interesses dos educandos.
Portanto,
já está mais que na hora de abrirmos os olhos para essa situação, e fazermos
reformas, não de paredes, prédios ou telhados, embora sejam de suma
importância, não é o bastante. As tecnologias também de nada valerão se a
metodologia do educador for à mesma. Pois, como Paulo Freire afirma: “[...]
ensinar só tem sentido se o educador é capaz de se colocar à disposição do
aluno, de se adaptar à sua linguagem, à sua conduta e a seus modos de
socialização”. Nossos alunos não são um “pacote registrado” que têm que
adquirir os mesmos conhecimentos, pelo contrário, eles são diamantes em processo
de lapidação, cada um em seu tempo vai sendo lapidado.
Por Layanne Nunes Barbosa.
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